A bondade de Deus permanece continuamente" (Salmo 52:1). A bondade de Deus tem a ver com a perfeição da Sua natureza; Deus é luz, e não há nele trevas nenhuma; Há uma tão absoluta perfeição na natureza e no ser de Deus que nada Lhe falta, nada nEle é defeituoso, e nada se Lhe pode acrescentar para melhorá-lO. "Ele é essencialmente bom, bom em Si próprio, o que nada mais é; pois todas as criaturas só são boas pela participação e comunicação da parte de Deus. Ele é essencialmente bom; não somente bom, mas é a própria bondade: na criatura, a bondade é uma qualidade acrescentada; em Deus, é Sua essência. Ele é infinitamente bom; na criatura a bondade é uma gota apenas, mas em Deus há um oceano infinito de bondade. Ele é eterno e imutavelmente bom, porquanto Ele não pode ser menos bom do que é; como não se pode fazer nenhum acréscimo a Ele, assim também não se Lhe pode diminuir em nada a bondade de Deus. Deus é o Sumo Bem.
Deus não é somente o maior de todos os seres, mas o melhor. Toda a bondade existente em qualquer criatura foi-lhe infundida pelo Criador, mas a bondade de Deus não é derivada, pois é a essência da Sua natureza eterna. Como Deus é infinito em poder desde toda a eternidade, desde antes de ter havido alguma demonstração desse poder, ou antes, de ter sido executado algum ato de onipotência, assim Ele era eternamente bom, antes de haver qualquer comunicação da Sua generosidade, ou antes, de haver qualquer criatura à qual essa generosidade pudesse ser infundida ou exercida. Portanto, a primeira manifestação desta perfeição divina consistiu em dar existência a todas as coisas. “Tu és bom e abençoador ou “Tu és bom, e fazes o bem...” (Salmo 119:68)”. Deus tem em Si mesmo um infinito e inexaurível tesouro de todas as bênçãos, capaz de encher todas as coisas. Tudo que provém de Deus — os Seus decretos, a Sua criação, as Suas leis, as Suas providências, só pode ser bom, como está escrito: "E viu Deus tudo quanto tinha feito, e eis que era muito bom..." (Gênesis 1:31). Assim, vê-se a bondade de Deus primeiro na criação. Quanto mais de perto se estuda a criatura, mais visível se torna a benignidade do seu Criador.
Pra. Maria do Rocio