Bem aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino do Céu" (Mt. V,3)
Há quem julgue que Nosso Senhor apresentou como bem aventurados os que têm pouca inteligência, por entenderem que "pobres de espírito" seriam os tolos, os intelectualmente fracos, porque, ser inteligente seria um sinal de perdição.
A vida que se tem através dos bens exteriores, seja a riqueza material, seja as honras, podem sim nos levar a perdição e ao pecado, mas não pode ser considerada regra geral, muitas pessoas com muito boas condições de vida financeira e que aproveitam as regalias destes bens, também são generosas com os irmãos e andam em caminhos que as fazem desviar dos pecados, praticam a bondade sem olhar a quem e só este pensamento já as direciona para o bem.
O homem tem que ter domínio sobre determinadas atitudes, tanto faz seja pobre ou rico, e assim falamos de pobre ou ricos tanto espiritualmente como materialmente, usando moderadamente quer das riquezas, quer das honras, por meio da virtude e da temperança.
Por isto Cristo proclama bem aventurados os que não colocam a felicidade nas riquezas e nas honras, mas nos bens eternos e na glória celestial.
Para entender essa bem aventurança mais perfeitamente, é preciso compreender que se pode ser pobre ou rico, existe o homem materialmente pobre que é pobre espiritualmente, embora tenha riquezas.
O pobre espiritual é aquele que tendo ou não riquezas, as despreza e não coloca nela a sua felicidade, enquanto rico espiritualmente é o homem que sendo rico, ou mesmo pobre, julga que o bem da existência está na riqueza.
Nosso Senhor proclama bem aventurados os "pobres de espírito", isto é, aqueles que não vivem para o dinheiro, tenham-no ou não.
Quantos ricos há que só vivem para o dinheiro! Mas hoje, infelizmente, os socialistas cristãos fizeram dos pobres, graças à sua propaganda subversiva, ricos espiritualmente, isto é, ambiciosos, cobiçosos. Essas cobiças estão relacionadas a cargos e posições dentro das próprias igrejas, pessoas que vieram em busca das Bem aventuranças, são em determinadas igrejas as que buscam orgulhosamente por posições de relevância.
Bem aventurados os pobres de espírito, bem aventurados os que compreendem que o homem não deve viver para ser rico, para ter posses, para ter vida cômoda, mas para ser santo.
Como os bens terrenos desejados por nossa concupiscência desregrada nos cativam com grande força, o dom do Espírito Santo que nos ajuda a vencer essa atração é o do temor de Deus. É pelo dom do Temor de Deus que aprendemos a usar com temperança dos bens e das honras, já que no mais simples grau de virtude, somos movidos pelo temor, mais do que pelo amor.